A UNÇÃO COM ÓLEO NA CAPELANIA HOSPITALAR
"Está
alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele,
ungindo-o com azeite em nome do Senhor;"
(Tiago 5 : 14)
“Estive enfermo e me
visitastes… cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a
mim o fizestes” (Mt 25,36.40)
Afinal de
contas, Nós capelães podemos ou não podemos Ungir com óleo os enfermos nos
Hospitais? A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 garante o direito
à assistência religiosa aos cidadãos que estiverem em locais de internação
coletiva, conforme o artigo 5º, inciso VII: “é
assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva”. Inclusive há
uma lei federal de 14 de julho de 2000, que dispõe sobre esse inciso
constitucional. Segundo a Lei nº 9.982/2000, artigo 1º, a assistência religiosa
prevista na Constituição Federal compreende o seguinte:
“Aos
religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos hospitais da rede
pública ou privada, bem como aos estabelecimentos civis e militares, para dar
atendimento religioso aos internados, desde que em comum acordo com estes, ou
com familiares em caso de doentes que não mais estejam no gozo de suas
faculdades mentais”.
A mesma Lei, no seu artigo 2º, afirma:
“Os religiosos chamados a
prestar assistência nas entidades definidas no artigo 1º deverão, em suas
atividades, acatar as determinações legais e normas internas de cada
instituição hospitalar ou penal, a fim de não por em risco as condições
dos pacientes ou a segurança do ambiente hospitalar ou prisional”.
Observe-se que não é o Estado
brasileiro o responsável pela prestação de serviço religioso, mas é a Igreja e os
representantes habilitados (Capelães) das diversas religiões. Aqui não se
trata de capelães militares, que ministram assistência religiosa junto às
Forças Armadas. Os Capelães Civis devem conhecer e respeitar as normas de cada
estabelecimento.
O direito de receber
assistência religiosa, portanto, está destinado às pessoas que se encontram
confinadas em alguma entidade civil ou militar de internação coletiva, tais
como instituições asilares, presídios, abrigos e internatos de crianças e
adolescentes e entidades militares onde haja pessoal internado sem acesso à
liberdade. Todas as pessoas que se encontrem asiladas por quaisquer motivos em
algum lugar fechado poderão receber, se assim o desejarem, a visita de
representantes habilitados da Igreja ou de cultos da religião ou doutrina que
professem.
O Instituto Iktus, na
sua dimensão solidária, requer de seus Capelães uma postura ética adequada. No
programa de formação específica de Capelania
Civil, deve constar o estudo da legislação estatal. Para uma visita
hospitalar, os Capelães devem conhecer e respeitar as normas do hospital e a
administração do estabelecimento de saúde deve garantir o direito do paciente
em receber assistência religiosa. Direito reconhecido e protegido pela
Constituição Federal do Brasil.
E ungir o enfermo com óleo vai contra
as normas de bio segurança., portanto está vedado aos Capelães formados pelo Instituto
Iktus a unção com óleo em doentes nos hospitais. Acreditamos que não estamos
contrariando a Bíblia Sagrada, pois a “oração do justo vale muito em seus efeitos”,
logo o Senhor curará respondendo nossas orações. A Unção pode ser ministrada em
lares onde os enfermos se encontram e até nas Igrejas, mas não em hospitais.
Um de nossos Capelães
formados que trabalha em Hospital nos informou que o Diretor do Hospital pediu
que se fosse visto algum “crente” ungindo com óleo era para o mesmo ser conduzido
para fora.
Em alguns Hospitais que
possuem Capelão Oficial da entidade é dado um curso para os Capelães que
trabalharão no Hospital a fim de informar estas orientações, mas em outros não
há.
Portanto devemos obedecer
para evitar problemas de até mesmo não podermos efetuar este trabalho. Se
alguns fazem, lamentamos, chamo isto de falta de fé. Nós temos feito assim e muitos
têm sido curados pelo Senhor. Lembrando quem cura é o Senhor, nós levamos
conforto e alívio neste momentos tão
difíceis de doença e solidão em leitos hospitalares.
Deus abençoe a todos.
(Cpl. William Vicente Borges)